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Apeme orienta: estratégias para conversas difíceis

15/02/2023

Geral
Mirieli Colombo dá dicas preciosas para ajudar a definir se vale a pena e como tornar menos delicado o diálogo

Como saber se devemos ter uma conversa (difícil), seja pela primeira ou pela décima vez? Não seria ótimo ter um manual, com todos conflitos humanos possíveis, incluindo falas prontas para você decorar? Infelizmente, isso não existe. Mas algumas perguntas e sugestões que vão ajudá-lo a decidir se vale a pena iniciar uma conversa e como executá-la podem ajudar.

A primeira dica é: não existe “escolha certa”! Porque a verdade é que não há como saber com antecedência o desenrolar dos fatos. Você pode se perguntar: “Abordar esse assunto me aproxima ou me afasta da pessoa que eu almejo ser?” Essa conversa vai fazer diferença no futuro que eu quero viver?”.

Outra dica é refletir profundamente sobre seus sentimentos, questões que estejam envolvendo sua autoimagem, autoestima e autovalor, e eventuais distorções ou lacunas na leitura que você está fazendo da situação. E avalie as possíveis intenções, perspectivas e sentimentos da pessoa envolvida. Essas ações vão ajudar na compreensão se essa conversa tem sentido e utilidade.

Na hora da decisão, vale ter em mente quatro tipos de conversa desnecessárias: Quando o verdadeiro conflito está apenas dentro de você; Quando requer uma mudança de comportamento sua e não uma conversa; Quando não há um objetivo claro; ou Quando sua intenção é mudar a outra pessoa.

Se optar pela conversa...

Existe um modo de começar uma conversa difícil de uma maneira bastante eficaz: usando a terceira história. Além da sua história e da história da outra pessoa envolvida, toda conversa inclui uma terceira história invisível, que é a versão que um observador/mediador atento e neutro contaria, sem tomar partido ou ter qualquer interesse envolvido.

A terceira história resume o que está acontecendo, sem julgamento e sem presumir quem está certo e errado. Para isso, você não precisa estar ciente das implicações da história da outra pessoa (até porque isso pertence ao outro). Tudo que você precisa fazer é admitir a existência dela. E começar dizendo: “Tenho a impressão de que você e eu vemos essa situação de maneira diferente. Gostaria de compartilhar o modo como eu a vejo e saber mais sobre como você a vê. Como fica isso pra você?”

Sair da sua história não significa renunciar ao seu ponto de vista, mas abrir espaço para a criação de uma solução ouvindo as duas opiniões.

E o segundo passo para começar uma conversa difícil com o pé direito é fazer um convite: “O problema já foi descrito de forma que nós dois aceitamos. Agora eu queria propor que nossos objetivos sejam a compreensão mútua e a solução de problemas, e saber se isso faz sentido para você e podemos conversar sobre isso?”.

Convidar não é obrigar. Esteja ciente que o outro pode não engajar com sua proposta ou não ser colaborativo durante o diálogo.

Mantenha-se persistente no objetivo final que é a compreensão mútua. E lembre-se que ambas as partes devem ser parceiras nessa meta.


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Leila Chesini
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