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gigantesca, oportunidade surgem a todo instante. Na Serra Gaúcha, o crescimento exponencial do turismo traz ainda mais chances para quem deseja empreender ou, em bom português, ser dono do próprio negócio. Mas será que ficar atento às oportunidades e ser criativo é suficiente? Infelizmente não. Para que um empreendimento tenha sucesso, muitas variantes são necessárias. A consultora Gilca Marchesan Bellaguarda, parceira da Apeme, dá algumas dicas.

A mais importante delas é talvez a mais complexa: aprender sobre gestão, ou seja, sobre como gerenciar o seu negócio, ter a visão dele como um todo, fazer projeções e traçar metas. “Não é simplesmente gostar de uma determinada área, abrir uma empresa e começar a trabalhar. Talvez o erro mais comum seja justamente ir para o operacional, se preocupar em produzir e não em gerenciar”, adverte Gilca. O popular “colocar a mão na massa” é importante, claro, especialmente em empresas menores que estejam começando, já que muitas vezes o empresário não tem opção a não ser atuar em todas as frentes. Mas com o passar do tempo, é importante ir mudando essa realidade. “Ter clareza das possibilidades financeiras e manter-se atualizado o tempo todo é fundamental. Hoje o mercado muda muito rápido e é a gestão, aliada à visão de mercado, que fará o negócio crescer”, ensina.

“Muita gente só enxerga um mundo de sonhos por trás do empreendedorismo, mas é preciso entender que, quando se decide abrir um negócio próprio, aquela pessoa terá responsabilidades, desafios e decisões importantes que impactarão nos resultados. O empreender trará uma amplitude de atuação muito grande, que esse novo empresário muitas vezes desconhece. Se não cuidar do ‘todo’, é muito fácil perder o controle e se dar conta desse erro tarde demais”, alerta.

Outra falha bastante comum, segundo Gilca, é misturar a Pessoa Física com a Pessoa Jurídica. “A Pessoa Física trabalha dentro da Pessoa Jurídica e tem que tirar valor de pró-labore que a Pessoa Jurídica tenha condições de bancar. Muitas vezes o empreendedor começa um negócio e já quer ganhar o que ganhava no emprego anterior. Em alguns casos ele não vai conseguir e, se permanecer fazendo isso, vai comprometer a sustentabilidade do negócio. Por exemplo: pagar despesas da casa através do caixa da empresa. Além de misturar as contas, a pessoa ainda fica com a sensação que trabalha e não ganha nada”, comenta.

Tecnologia

Segundo Gilca, a mudança de comportamento do consumidor pós-pandemia trouxe e ainda trará várias oportunidades de empreender. Entretanto, ela adverte que estar atento às novas necessidades é fundamental. “Queremos consumir com facilidade e hoje temos uma concorrência irrestrita que nos dá opções. Por isso, aprender a trabalhar de forma híbrida, usando a tecnologia, mas sem esquecer da importância do atendimento presencial é imprescindível. O consumidor busca soluções completas. Quem tiver esse diferencial terá mais chance de sucesso”, ensina.